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PALAVRA DESORDEM
Galeria Labirinto, Porto, 2001

PALAVRA DESORDEM é o nome da instalação criada por Arnaldo Antunes e montada especialmente na Galeria Labirinto, no Porto, em outubro de 2001. Trata-se de duas salas e um hall contaminados por palavras, de várias maneiras.

 

No hall de entrada, logo após a escada, dez displays eletrônicos estarão dispostos no espaço, exibindo ininterruptamente as frases “o tempo todo o tempo passa” e “os lugares estão no lugar”, em velocidades e ritmos diferentes.

 

Na primeira sala, pode-se ler diversas frases projetadas por slides (nas paredes e no chão). Depois de um intervalo de tempo, essas frases vão gradativamente esmaecendo, dando lugar a outras, (escritas em tinta fosforecente, invisível à luz dos projetores), que vão surgindo com o acender gradual de luzes negras. Num determinado momento do processo, as frases dos dois planos devem se misturar, criando uma confusão gráfica e semântica. Esses duas formas de inscrição dos textos nas paredes e no chão irão, assim, se alternar, em transições lentas.

 

Os textos são pequenos poemas, epigramas, insights, frases de efeito, fórmulas, pensamentos, etc. Alguns exemplos: “o céu não sai de cima”, “dentro da boca é escuro”, “sempre é pouco quando não é demais”, “vende-se dinheiro”, “oxigênio reciclável”, “imagigabytes”, “toda vez é a primeira”, etc. Essa sala será ambientada por sons de respiração ritmados.

 

Na segunda sala, uma intervenção gráfico-poética usando lambe-lambes (cartazes impressos em tipografia ou serigrafia em papel jornal, usados geralmente para divulgação de shows, peças de teatro ou propaganda política). Simulação, nas paredes da sala, do efeito causado pela deterioração de cartazes, uns colados sobre os outros, nos muros e tapumes da cidade. Camadas de papel descascado que permitem leituras parciais, entre as partes rasgadas.

 

Será usado um poema que utiliza formalmente essa estrutura fragmentária de leitura. Imprimindo uma palavra por cartaz, a colagem vai possibilitar a repetição do mesmo texto, com as palavras em diferentes ordens e posições. Sobrepondo diversas vezes o material colado e rasgando-o manualmente, partes de palavras serão misturadas ao acaso. O som ambiente dessa sala será o de uma ou mais vozes lendo uma extensa colagem de textos de registros diferentes (propagandas, filosofia, gibi, bula de remédio, poesia, panfleto político, reza, etc.)

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